Qual é o problema do etarismo atualmente?
Você provavelmente já ouviu falar da palavra “etarismo” no trabalho, mas o que esta de fato significa? Bom, propriamente dito, etarismo remete a discriminação por idade, ou seja, são os preconceitos e estereótipos relacionados à idade do indivíduo. Ok, mas por que esse tema é importante? O que há de discutir sobre? No Brasil, como em muitos outros países, profissionais mais experientes enfrentam desafios significativos em suas carreiras, sendo muitas vezes preteridos por candidatos mais jovens. Nessa ótica, muitas pessoas sofrem em relação a conseguir cargos em empresas ou até se manter em um emprego.
Dados da Exame, de 2023, mostram que mais de 57% dos profissionais já sofreram preconceito por causa da idade. Segundo a pesquisa "Etarismo e Inclusão 2023", 70% das empresas contratam muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos. De todo modo, é importante destacar que o etarismo pode afetar tanto pessoas mais jovens quanto mais velhas, embora seja mais comum a discriminação contra profissionais com mais experiência.
No Brasil, o etarismo é um problema que afeta um número considerável de profissionais. A valorização excessiva de características como juventude, energia e adaptabilidade, muitas vezes em detrimento da experiência e do conhecimento, contribui para a marginalização de profissionais mais experientes. Além disso, a cultura organizacional de algumas empresas ainda está arraigada em modelos tradicionais de gestão, que priorizam a hierarquia e a obediência, o que pode dificultar a inclusão de profissionais de diferentes gerações.
De qualquer forma, a situação se torna ainda mais preocupante quando analisado dados como: dados do IBGE mostram que a população de pessoas com 65 anos ou mais aumentou 57,4% entre 2010 e 2022, chegando a 22.169.101 pessoas. De maneira análoga a isso, fatos como possíveis futuras reformas da previdência, somado às pessoas terem que trabalhar até uma maior idade, são pontos que tornam o etarismo ainda mais complicado e necessário de lidar.
Dentre os problemas e perdas desse fenômeno, podem ser citados alguns como: perda de talentos, diminuição da inovação, clima organizacional hostil, uma pessoa mais experiente pode ser essencial para a condução e sucesso da companhia. Não atoa, recentemente, no dia 19/09/2024, a Nike se separou do CEO John Donahoe e o substituiu por Elliott Hill, um executivo de longa data da Nike que havia se aposentado em 2020 e que conhece a empresa, tal qual possui experiência e vivências de mercado.
Portanto, faz-se necessário a seleção e habilidade de saber analisar a todos, sem critério de idade ou estereótipo, as vezes, ter opiniões formadas pode tirar uma grande oportunidade. Acabar com o etarismo não é algo que acontece de um dia para o outro, até porque envolve assuntos mais profundos, como questões financeiras, a disposição de ambas as partes verem os pontos de vista, o prejudicado saber reconhecer seus talentos e saber onde “mirar”. Dito isso, de qualquer modo, ainda que não solucione o problema, algumas ideias que podem ajudar a diminuir esse fenômeno são:
- Revisitar os processos seletivos e seus critérios de análise;
- Treinamento, conscientização, conversas entre parceiros de grupo;
- Mentoria entre gerações.